O deputado federal Antônio Brito (PSD) enfrenta um momento crítico em sua trajetória política, marcado por uma sequência de derrotas que enfraquecem sua influência tanto na região que já dominava, quanto no cenário nacional. Nas eleições municipais de outubro, Brito foi amplamente rejeitado pelos eleitores de Jequié, onde seu candidato Alexandre da Saúde (PSD) obteve apenas 8,03% dos votos, enquanto o prefeito Zé Cocá foi reeleito com expressivos 91%. A derrota foi particularmente humilhante para Brito, que já havia sido cogitado para disputar a prefeitura, mas preferiu apoiar Sérgio da Gameleira, ex-prefeito com histórico administrativo contestado.
Além de Jequié, Brito viu seus candidatos fracassarem em uma série de municípios onde antes exercia forte influência, como Lafaiete Coutinho, Jaguaquara, Manoel Vitorino, Itiruçu, Lajedo do Tabocal, Apuarema, Maracás e Boa Nova. Em todos esses casos, os candidatos apoiados por Zé Cocá (PP) saíram vitoriosos, consolidando a liderança regional do prefeito reeleito e evidenciando a perda de espaço político de Antônio Brito na região do Médio Rio de Contas e Vale do Jiquiriçá. O fracasso eleitoral revelou a fragilidade de sua articulação e seu distanciamento das bases eleitorais.
No cenário nacional, a situação de Antônio Brito não é menos desoladora. Apesar de sua tentativa de se posicionar como candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Brito parece estar fora do jogo, com o nome do deputado Hugo Motta (Republicanos) ganhando força como favorito para ocupar o cargo. Essa derrota em potencial na Câmara reforça a impressão de que Brito caminha para uma posição irrelevante no tabuleiro político, tanto no âmbito de suas bases regionais quanto no nacional. Críticos avaliam que o declínio de Brito não é apenas reflexo de derrotas eleitorais pontuais, mas também de sua incapacidade de se reinventar politicamente e de oferecer propostas que ressoem com os anseios do eleitorado. A aposta em alianças frágeis e em candidatos impopulares pode ter contribuído para enfraquecer sua imagem. Enquanto isso, lideranças como Zé Cocá se consolidam como figuras de renovação e força política na região.
Com as urnas demonstrando um claro recado de rejeição e a perda de protagonismo em Brasília, o futuro político de Antônio Brito parece cada vez mais incerto. O deputado, que outrora era visto como uma peça influente no tabuleiro político, agora se encaminha para se tornar um nome secundário, distante das decisões de peso tanto na Bahia quanto no Congresso Nacional.